19 de setembro de 2007

Há livros e há literatura...

Pena é que raramente se faça esta distinção. De facto, havia de haver forma de distinguir o que é a verdadeira literatura do que é simplesmente um conjunto de folhas como uma série de palavras escritas, a que se convencionou chamar livro e que, infelizmente, pode ser confundido, pelos mais distraídos, com a primeira. Mas a distância entre uma coisa e outra é grande, enorme, oh se é!
Para ilustrar o que estamos a dizer, deixo-vos esta pérola que podemos encontrar a páginas cento e dezasseis do conjunto de folhas com letras A Estrela de Joana: «Leandro [...] espera até acabar de expelir o fumo do cigarro que vinha de dentro de si [...]». Isto é tão mau que chega mesmo a doer. Por ventura poderia Leandro expelir fumo de cigarro que não viesse de dentro de si? Viria de dentro de quem? Numa só palavra: foda-se! Dá vontade de dizer: se não sabes não inventes, como se dizia no meu tempo de rapazola.

1 comentário:

Sérgio Lavos disse...

Luca, não sejas tão severo. Não se dará o caso dos pulmões do Leandro serem apenas o veículo para um fumo qualquer que ia a passar e pensou: "olha, apetece-me ser expelido por ali". se assim é, o indivíduo (Leandro) que fuma não tem controlo sobre o fumo que expele - ele apenas vem ddddde ddddddentro dddddde si.
E Leandro, meu deus, Leandro, havia tanto para dizer sobre Leandro! Um nome, um destino, uma vida! Grande Litaratura!