Tenho a mania que sou diferente... mas não nesse sentido em que estás a pensar...
Uma das minhas muitas manias, que se ramificam dessa de que sou diferente (como se todos não fossemos diferentes uns dos outros, foda-se, mas há uns mais diferentes do que outros, e há quem seja bem mais diferente do que eu, isso vos garanto), é a de que sou um gajo sem opiniões. Opinar é uma cena que me aborrece. O que é chato, pois acabo por ficar excluido, num país de opiniáticos crónicos, onde toda a gente tem uma opinião sobre tudo, do assunto mais corriqueiro até às mais hilariantes reflexões sobre o estado económico do país: o condutor do autocarro 53, que apanhei no outro dia, dizia que somos uns "consumistas excêntricos", para citar apenas um exemplo.
Mas eu cá não tenho opiniões o que, para além de dar pouca matéria para posts, é algo extremamente libertador. Sabes o que é não ter qualquer opinião sobre o caso da Maddie? Ou sobre a nossa selecção de Râguebi? Ou sobre o Socolari? Ou ainda sobre o Canário do Rodrigo Guedes de Carvalho? Ah pois é...
Mas isso faz de ti um gajo vazio, dizes tu. O que não correspnde à realidade (ou talvez corresponda, não sei), respondo eu. Porque o que eu tenho são sentires e não opiniões. Sinto as coisas e por vezes expresso aquilo que sinto (o que poderá ser entendido como sendo uma opinião, mas não é), e quando não as "sinto" simplesmente não opino. Mas caso as "sinta", aí vou a fundo, pesquiso, ordeno, classifico, comparo, rectifico, volto a ordenar e a comparar e por aí fora...
Uma opinião, para mim, é algo demasiadamente superficial. Lembro-me da frase de um amigo meu que dizia: a minha opinião é aquilo que fulano de tal disse, e passou a citar o respectivo fulano. Ora isso é a opinião de fulano de tal e não a tua, poderia eu ter dito e poderia ter perguntado: e tu já pensaste bem sobre o assunto, analisaste bem tudo o que há a analisar? Ao que ele poderia ter respondido: não! isso dá demasiado trabalho.
Contudo, aprecio as pessoas que têm opiniões bem fundamentadas e ponderadas ou aqueles que são certeiros mesmo com o assunto ainda a quente. O que possívelmente destrói todos os argumentos supracitados, mas não faz mal!